Biodiversidade, Conservação e Impactos Socioambientais

Os diferentes projetos desenvolvidos nessa linha de pesquisa podem ser agrupados nos seguintes eixos que dialogam entre si: levantamentos florísticos e fitossociológicos; caracterização ecológica de comunidades, diversidade química vegetal, sociedade e ambiente, biodiversidade microbiana e sua relação com a saúde humana, biotecnologia e comportamento animal.
Os levantamentos florísticos e fitossociológicos em diferentes ecossistemas ampliam os conhecimentos sobre a diversidade vegetal, permitindo a construção da história ambiental das áreas investigadas, assim como manejo de Unidades de Conservação. As informações geradas podem subsidiar o poder público, a iniciativa privada e a sociedade civil organizada com informações que fomentem políticas de conservação ambiental.
A caracterização ecológica de comunidades é fundamental para se compreender o funcionamento de ecossistemas e suas complexas relações. Desse conhecimento emergem potencialidades de recuperação ambiental de áreas impactadas.
As investigações sobre a diversidade química vegetal abrem janelas para a descoberta de novas substâncias que podem ter aplicação em diversas atividades humanas, sendo que as informações sobre uso de plantas por diferentes populações tradicionais são importantes aliadas dessas abordagens científicas.
Um dos eixos investigativos abrange diferentes relações entre sociedade e ambiente. Uma visão dicotômica, que em certa instância baseou a conservação da natureza, isolou diferentes comunidades da gestão de seu patrimônio ambiental e fomentou conflitos. Alguns projetos buscam as possibilidades de reencontro. Os administradores das Unidades de Conservação, devido a carências financeiras e de pessoal, prescindem do estabelecimento de parcerias com a Universidade para basear com conhecimentos, a gestão as mesmas, além disso, todos os estudos têm a sua relevância aumentada em função de lidar com fragmentos florestais cercados por uma matriz altamente antropomorfizada. Dessa maneira, o ambiente é compreendido nas suas dimensões temporais e espaciais e o saber gerado pode ser transmitido por diferentes ações de Educação Ambiental.
O conhecimento sobre a Biodiversidade microbiana e sua relação com a saúde humana tem a sua relevância ampliada em função do grau de degradação ambiental da região e o adensamento populacional de alguns municípios, que pode permitir a contaminação de grande contingente populacional, bem como a reemergência de doenças já erradicadas.
O fenômeno comum nas grandes metrópoles da urbanização crescente e sem planejamento aumenta a proximidade entre as habitações humanas e as áreas naturais remanescentes nas cidades. Tal fenômeno produz conflitos entre as populações humanas e a fauna silvestre, principalmente de mamíferos, que originalmente habita tais locais. Além da pressão sobre a fauna silvestre, com a possível destruição dos habitats, este contato torna suscetível a contaminação de seres humanos por patógenos transmitidos por seus reservatórios naturais. Assim, o conhecimento da percepção e das relações dos usuários destas áreas, associado ao estudo do comportamento de animais silvestres é fundamental para a formulação de políticas de conservação e de saúde pública.

PROJETOS DE PESQUISA EM ANDAMENTO

  • Educação Ambiental e biodiversidade em contextos formais e não formais

    Responsável pelo projeto:
    Prof. Dr. Douglas de Souza Pimentel


    As atividades de pesquisa em Educação ambiental desenvolvidas por docentes e discentes do PPGEAS em diferentes espaços formativos têm como foco principal as seguintes temáticas, a percepção ambiental; as trilhas interpretativas; os resíduos sólidos em ambientes marinhos e terrestres; o uso público e os seus impactos em Unidades de Conservação; produção de material didático e ações de divulgação científica em espaços formais e não formais.

    Docentes participantes:

    Douglas de Souza Pimentel
    Ricardo Tadeu Santori
    Regina Rodrigues Lisbôa Mendes

  • Investigação da diversidade biológica e socioambiental da Mata Atlântica e de ambientes Marinhos e Costeiros

    Responsável pelo projeto:
    Prof. Dr. Marcelo Guerra Santos


    A Mata Atlântica é um dos mais importantes hotspots de biodiversidade do mundo. Ela abriga 2.420 vertebrados e 20.000 espécies de plantas, ambos com altos níveis de endemismo, onde 380 espécies de animais e 1.544 plantas estão ameaçadas de extinção, ou seja, 60% das espécies ameaçadas do Brasil. Também é no domínio da Mata Atlântica em que estão alguns dos maiores centros urbanos da América do Sul, onde vivem mais de 125 milhões de pessoas. Nesse território estão algumas das terras mais produtivas e boa parte das indústrias do Brasil. Os grandes centros e diversas indústrias acabam por destinar grande parte de seus resíduos, tratados ou não ao ambiente costeiro e marinho, acarretando em graves consequências a fauna e flora marinha. É nesse cenário que se inserem diversos projetos de pesquisa desenvolvidos por docentes e discentes do PPGEAS, os quais estão articulados a um grande projeto com o esse interesse comum. Estas atividades de pesquisa têm como objetivo caracterizar a diversidade natural e cultural desse importante bioma, assim como avaliar e fomentar medidas de mitigação para as tensões geradas entre as atividades humanas e a sua preservação e conservação.

    Docentes participantes:

    Ana Angélica monteiro de Barros
    Fabio Vieira de Araujo
    Jorge Antonio Lourenço Pontes
    Luiz Carlos da Silva Pinheiro
    Marcelo Guerra Santos